2006-11-04

Foi... Chico Buarque!

É ele, é Chico Buarque e isso é mais do que qualquer coisa que eu possa dizer. Foi lindo, mesmo! Se fosse rica ia outra vez hoje e amanhã e depois e depois. Foi mágico e apesar de muito calminho, de ter passado a uma velocidade alucinante e do alinhamento conter todo o novo albúm e poucas músicas conhecidas, foi mesmo bom. O disco é bom e o senhor é um génio e um grande Homem. Quem me dera poder voltar a repetir embora isso seja muito pouco provável. Vim de lá mesmo feliz e ainda estou, estou naquela altura pós-concerto-muito-bom e tou na lua. :)


Dura na queda (Ela desatinou nº2)
Chico Buarque

Perdida
Na avenida
Canta seu enredo
Fora do Carnaval
Perdeu a saia
Perdeu o emprego
Desfila natural
Esquinas
Mil buzinas
Imagina orquestras
Samba no chafariz
Viva a folia
A dor não presta
Felicidade sim
O sol ensolarará a estrada dela
A lua alumiará o mar
A vida é bela
O sol, a estrada amarela
E as ondas, as ondas, as ondas

Bambeia
Cambaleia
É dura na queda
Custa a cair em si
Largou família
Bebeu veneno
E vai morrer de rir
Vagueia
Devaneia
Já apanhou à beça
Mas para quem sabe olhar
A flor também é
Ferida aberta
E não se vê chorar
O sol ensolarará a estrada dela
A lua alumiará o mar
A vida é bela
O sol, a estrada amarela
E as ondas, as ondas, as ondas


La la la la la la la la la

2006-11-02

"Um homem livre só não tem o direio de fazer uma coisa: não tem o direito de se trair a si próprio, para que mais tarde não tenha que cuspir na sua própria cara!"

Henrik Ibsen

2006-11-01

E a esta hora estão vocês a pensar "fogo, está sempre a falar da mesma coisa, que chata!", mas como voces não comentam, eu vou pôr o que quiser e estou-me nas tintas!

Esta musica é do concerto de segunda-feira passada no Coliseu do Porto, está em pessimas condições, mas eu fiquei euforica quando soube que, depois de amanhã, vou ouvir esta musica ao vivo!


Faltam 2 dias

Diário do Commercio - 01 a 03/09/2006

«Um CHICO em cada coração

Ele transforma o palco do Tom Brasil em um cenário de acordes sutis, rimas impensáveis e histórias de amor

Sérgio Roveri

Aos 62 anos, ele é um homem aparentemente sereno, que abandonou o uisquinho, recusa-se a falar sobre política no momento em que o assunto não sai da roda dos artistas, está em busca de uma vida mais regrada na qual não cabem mais os excessos e, jura, ri diante dos insistentes galanteios femininos. Este conjunto de sintomas faria de qualquer mortal um poço de monotonia, mas batize este homem de Chico Buarque e tudo isso vira poesia. O dono dos olhos azuis mais festejados da MPB está na cidade para a primeira das duas temporadas do show Carioca - a segunda, programada para outubro, terá ingressos e venda a partir de hoje -, e pronto para transformar o palco do Tom Brasil em um cenário de acordes sutis, rimas impensáveis e histórias de amor que, saídas de sua genial cabeça de poeta, firmaram parceria com o coração de cada brasileiro dos últimos 40 anos. Chico cantou a amizade, o amor, as traições, os crimes, o exílio, a saudade, os desvarios políticos e todas as variantes possíveis do sentimento humano com tanta maestria que hoje ele se encontra naquela rara posição de subverter até as regras do jornalismo: Chico é notícia, e de primeira página, mesmo quando ele parece insistir no contrário.

Desde seu último show em São Paulo, As Cidades, passaram-se sete anos - Chico está de volta mais magro e, no seu rosto, as rugas já deram inicio ao silencioso trabalho de macular as feições de garoto que ele carregou a vida inteira."Em sete anos, muita coisa muda", diz ele. A música de Chico mudou porque a vida dele mudou. "Estou tentando me adaptar a esta nova maneira de fazer shows. Tenho de cantar todo plugado, com fone de ouvido. Acabou-se a era do descompromisso".

Vinícius cantava com um copo de uísque na mão. Em uma livraria do Rio, há uma foto do Vinícius em que o copo foi apagado por um recurso de computador. E ele ficou lá, com aquela mão boba, como sinal de um outro tempo".

(...)

Hoje à noite, quando os microfones do Tom Brasil captarem a voz miúda e de poucos recursos de Chico Buarque - alguém ainda se importa com isso? - estará aberta a temporada de amores plenos, de ouvidos extasiados, de centenas de mulheres sussurrando que sim, que foi para elas, para cada uma delas em particular, que Chico escreveu aquela canção, e de um número ainda maior de homens se perguntando como eles não pensaram naquela frase, antes. Afinal, parece tão simples escrever versos do tipo Na galeria/cada clarão/é como um dia depois outro dia/abrindo o salão/passas em exposição/passas sem ver teu vigia/catando a poesia/que entornas no chão.

E é realmente simples. Basta ser Chico Buarque.»


Sob Medida

Se você crê em Deus
Erga as mãos para os céus
E agradeça
Quando me cobiçou
Sem querer acertou
Na cabeça
Eu sou sua alma gêmea
Sou sua fêmea
Seu par, sua irmã
Eu sou seu incesto (seu jeito, seu gesto)
Sou perfeita porque
Igualzinha a você
Eu não presto
Eu não presto

Traiçoeira e vulgar
Sou sem nome e sem lar
Sou aquela
Eu sou filha da rua
Eu sou cria da sua
Costela
Sou bandida
Sou solta na vida
E sob medida
Pros carinhos seus
Meu amigo
Se ajeite comigo
E dê graças a Deus

Se você crê em Deus
Encaminhe pros céus
Uma prece
E agradeça ao Senhor
Você tem o amor
Que merece

Chico Buarque


Um arrepio na espinha!

Arctic Monkeys - Old Yellow Bricks


Rota de colisãO

Lá, entre o Sol e o Si